terça-feira, 18 de novembro de 2014

A náusea da solidão

E depois da plenitude, o vazio.
Depois do néctar, a dor na boca do estômago.
Depois da companhia, apenas uma taça.
Depois do gozo, a solidão.

"Depois de ter você, pra que querer saber que horas são?!"

Eu , a Papa, o absolvo, Salieri!

Ó Deus dos desgraçados,
Deus dos medíocres,
Deus que fez Salieri meu santo protetor
Que me absolve os pecados

Dentro da mais alta mediocridade
Fazei com que eu seja pelo menos como ele
Ele que mais que qualquer outro,
Sabia, entendia, apreciava e reconhecia
A harmonia, o som do céu...

Fazei que seja eu também ao menos
Apreciadora do que há de bom.
Fazei que eu reconheça, saiba, aprecie, goste, goze
Com o que há de melhor...

Quem sabe assim,
Ao desejar algo tão medíocre,
Ganhe ao menos, o lugar do Salieri
De maior dos medíocres já existente!
Quem sabe assim, seja eu uma Papa,
Renovando a mediocridade
e revolucionando a religião patriarcal.