terça-feira, 10 de outubro de 2017

A favor da Família

Sobre esse texto que anda rolando nas redes sociais ultimamente e adaptado da resposta de Luiz Paulo Comério:
Vamos por partes:
1. "Vivemos numa época onde querem que os padres se casem e que os casados se divorciem."
Errado! Vivemos numa época onde católicos estão questionando o celibato e onde não somos mais obrigados a viver num casamento infeliz.
2. "Querem que os héteros tenham relacionamentos líquidos sem compromisso, mas que os gays se casem na Igreja."
Errado! Não vejo ninguém fazendo passeatas para que os héteros que têm compromissos sérios e fiéis passem a ter relacionamentos sem compromisso. Os relacionamentos líquidos sempre existiram. E quem quer que escolhe um e outro não está escolhendo por imposição, mas por livre escolha. E, desde que os envolvidos nas relações estejam de acordo, que seja respeitado a escolha de cada um. Quanto a gays casarem na Igreja: não existe nenhum movimento reivindicando isso. Há a reivindicação do casamento civil, que é um direito, afinal gays pagam impostos e devem ter os mesmo direitos que heteros. Para aqueles que desejam casar-se em igreja se deve ao fato deles entenderem outro tipo de evangelho, o qual eles não se sentem pecadores diante de Deus e desejam tanto quanto qualquer outro fiel a bênção divina sobre sua relação. Infelizmente para esses, existem poucas igrejas que os aceitem, mas de maneira nenhuma há uma mobilização, uma coerção para que as igrejas sejam obrigadas a isso, Faz casamento de gays apenas as comunidades de fé que estejam mais a fim de serem levadas pelo sopro do Espírito, que sejam servas do movimento de Jesus, do que as que estão ajoelhadas para a lei e para os dogmas religiosos. Sem falar que os querem casamento em igreja são pouquíssimos, um ou outro que têm uma relação muito forte com a religião, porque a imensa maioria dos gays não querem as bênçãos de instituições tão sanguinárias como as igrejas.
3. "Que as mulheres tenham corpos masculinizados e se vistam como homens e assumam papéis masculinos. Querem que os homens se tornem "frágeis" e delicados e com trejeitos, como se fossem mulheres."
Errado. Ninguém está impondo gênero à ninguém, mas se está discutindo a Igualdade de gêneros, onde mulheres tenham o direito de assumir qualquer papel social. Não existe isso de papéis femininos e papéis masculinos!! Nós todos podemos desempenhar qualquer função social!! E quanto aos homens, nunca ouvi tamanha asneira, ao dizer que alguém quer que os homens tenham trejeitos, sejam frágeis... Os homens devem ter respeito para com as mulheres, a fim de que não tenhamos mais casos de ejaculadas em nossos pescoços dentro de ônibus! Homens devem ser criados aprendendo que chorar é do ser humano, é coisa de menina e de menino. Que eles podem sim mostrar seus sentimentos, que eles podem sim pedir perdão, que eles podem sim ver as mulheres como parceiras e não como subordinadas.
4. "Uma criança com apenas cinco ou seis anos de vida já tem o direito de decidir se será homem ou mulher pelo resto da vida, mas um menor de dezoito anos, não pode responder pelos seus crimes."
Mentira! Uma criança de 5 anos não tem o direito de decidir sobre sua genitália. Quem afirma isso desconhece que a cirurgia de mudança de sexo é permitida apenas a partir dos 18 anos definidos pelo Conselho Federal de Medicina. Além disso qualquer processo de transexualização somente é permitido pelos pais, a criança não tem autonomia para isso.
5. "Não há vagas para os doentes nos hospitais, mas há o incentivo e o patrocínio do SUS para quem quer fazer mudança de sexo."
Aff! Essa foi horrível!!! O problema de saúde pública não pode ser resolvido negando a uma população seu acesso. O SUS não incentiva e nem patrocina mudança de sexo; isso é saúde, um direito que a população tem. Como transexuais, que pagam seus impostos, elas têm total direito de serem atendidas.
6. "Há acompanhamento psicológico gratuito para quem deseja deixar a heterossexualidade e viver a homossexualidade, mas não existe nenhum apoio deste mesmo SUS para quem deseja sair da homossexualidade e viver a sua heterossexualidade e se o tentarem fazer, é crime."
Mentira! Não há nenhum tratamento que transforma hétero em gay. Dizer isso é de má fé a fim de fazer com que a sociedade aceite a tal "cura gay". Mas isso é charlatanismo, ou seja, crime! Quem quiser ir ao psicólogo / psicanalista/ psiquiatra resolver suas questões internas está completamente permitido. Seja elas quais forem. E sobre defender "tratamento de reversão sexual": A Igreja nunca esteve preocupada com a saúde mental de homossexuais. Pois se estivessem não perturbariam o tempo todo os homossexuais com palavras de pecado. Isso sim traz culpa e problemas sérios de saúde mental para os gays que são cristãos. Isso tudo não passa de uma tentativa de justificar a homofobia.
7. "Ser à favor da família e religião é ditadura, mas urinar em cima dos crucifixos é liberdade de expressão"
Não existe ninguém que seja contra a família. Ninguém quer destruir a família, tanto que LGBT´s querem que os Estado reconheça suas famílias, para terem os mesmos direitos que casais heterossexuais. No entanto, conservadores querem que homossexuais sejam proibidos de constituir família, sendo assim, aqui está quem realmente defende ditadura! Reproduzir um discurso colocando gays contrários à família é desonesto, pois o que está por trás desse discurso não é preservar a família, mas sim aumentar a discriminação contra homossexuais. Vilipendiar símbolos religiosos é crime, e o ato de uma pessoas não pode ser generalizado.
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Desonestidade é doença mental, uma esquizofrenia social. É ela sim quem destrói a sociedade.

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