domingo, 8 de agosto de 2010

Thánatos

Quando o menino nasceu, seu pai lhe pôs o nome de Noite. Ele era bonito como a lua cheia! E o seu pai quis homenageá-lo com esse nome. Noite era um menino alegre, com muitos amigos, e distribuía sorrisos por onde passava.


Ele cresceu e casou-se com uma linda mulher que se chamava Sol. Ela era mesmo linda, como o raiar do dia... assim como a manhã acontece... quando os primeiros raois desvirginam a madrugada... e a dor da manhã é mesmo desejada.


Assim era Sol! Linda! Desejada!! E mais do que isso!! Cheia de vida!! Ela sim tinha dentro de si o dom da vida e de preservá-la. Quando Noite a conheceu sentiu que sua vida de beleza era diferente da de Sol. E foi isso que o atraiu à ela. Só que lua e sol, noite e dia... não se encontram, exceto num eclispse...

Mesmo sem entender, sem saber... Noite tinha dentro de si a companhia do breu e da tristeza... Pois quem rege as noites é Thánatos. Assim, num dia de muito vento, no meio de um redemoinho, Thánatos exerceu toda força que tinha em Noite. Foi quando Noite destruiu os momentos de alegria com Sol, para viver sozinho... apenas na companhia de si mesmo.


A vida intensa de Sol não era pouca, apenas impossível de mudar a força que Noite tinha dentro de si. E até que ele mesmo se liberte de Thánatos... nada fará com que ele seja feliz de verdade.


Sol ficou triste, porque Noite tinha a luz da lua cheia que a encantava mais que tudo! Mas o desejo de viver e o dom da vida que havia dentro de Sol fez com que ela brilhasse muito depois de algum tempo! Até hoje Sol ilumina tudo a sua volta! E tudo se renova a cada sorriso seu!! "Foi assim, como ver o mar", o dia que ela se apaixonou... Seus filhos são fruto do amor verdadeiro e sincero... Ela é escrava do seu amor, livre para amar!!


Mas Thánatos nunca deixaria Noite ser feliz assim... como Sol é! E é por isso que até hoje, por mais que as noites sejam desejadas pelos boêmios, que a lua encante os enamorados... ainda é na noite que a tristeza e o choro se sentem mais confortáveis... E é à luz do dia que a alegria brota de dentro da alma e que tudo se faz novo!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

os Dias

I
Que sangue é esse?
Que gente é essa?
Gente que sangra, que vive.
Intensa vida, impulsiva, grávida;
Sofre, arrebenta, erra, peca.
É assim que se vive essa gente
Dias de intensidade, os Dias...
Políticos, escritores, atrizes, professores,
Poetas...

II
E será que ainda assim aprende?
Aprender o que? Pra que?
Pra deixar de ser o que é...
E será que saberá ser outra coisa?
E será que saberá ser?
Ser... Er... R... ...


III
O sangue que em mim corre
É o mesmo que pulsa na veia do mar,
Quebrando as pedras, de tanto ir e voltar.
As raízes que me prendem
São as mesmas que me fazem voar,
Não corro além dos seus limites,
Sou as entranhas, as vísceras, as sombras da eternidade.
Sou o infinito no espaço do ser e do criar.


IV
E o pra sempre,
Sempre acaba...