segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A Máquina do Tempo

Depois de muito tentar, lá vai Catarina com sua mais nova invenção: A Máquina do Tempo!

Nas férias passadas, os pais de Catarina levaram-na num Circo maravilhoso! Ela lembra que foi um dia lindo e de muita diversão!! Tinha animais (que eram bem tratados), palhaços, mágico, malabaristas, bailarinas, gigantes, equilibristas, trapezistas, domadores, contorcionistas, anões, dançarinos, fadas... e tudo acontecia numa história fantástica, num enredo encantado! Eles almoçaram com os personagens e iam passar o dia num mundo de sonhos.

Acontece que no almoço, Catarina se sujou toda brincando com a comida. Desobedecendo sua mãe, saiu desenbestada sem deixar que ela a ajudasse a se limpar. Foi então que Catarina entrou de repente no camarim da bailarina. Ela viu a moça, aos poucos, se vestindo do seu personagem encantado. Muito triste, descobriu que tudo aquilo era um grande teatro. Começou a chorar incansavelmente e não conseguiu aproveitar mais nada. Seus pais levaram-na pra casa.

Hoje, Catarina aparece com uma Máquina do Tempo. Ela quer voltar ao Circo e aproveitar aquela tarde de diversão, viver o que ela não viveu. Por descobrir a realidade e entender que o mundo encantado era tudo montagem, ela não conseguiu mais brincar, não conseguiu mais achar graça na fantasia. Mas hoje, ela quer voltar a correr, se divertir e sorrir, mesmo que seja num mundo de mentirinha... Ela quer consertar o passado e terminar o dia como deveria ter sido.

Seus pais olham para ela com esperança nos olhos. Para que, quando Catarina crescer, ela entenda que não podemos voltar no tempo, que as oportunidades são únicas na nossa vida, e que descobrir a verdade não deve desencantar o nosso mundo, mas fazer com que não confudamos o idealizado com a realidade. Seus pais desejam que quando ela crescer, ela aprenda a ser criança!

5 comentários:

  1. Crescer e aprender a ser criança.. Fantástico... Porém difícil... Mas não impossível!
    Se aprendêssemos a ser criança hoje, depois de adultos, tenho certeza que a vida seria bem mais interessante...
    Viver sem fantasias é morrer sem esperança...
    É como comer uma deliciosa moqueca de lagosta estando gripado, sem possibilidades de sentir o sabor magnifico deste marisco.
    Ser grande e ser adulto é não ter outra possibilidade, é não ter uma máquina do tempo... Para voltar e adiantar no tempo, para aproveitar o tempo.

    Um xero, ótimo texto.

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  2. Não quero uma máquina do tempo! Por que voltar ao passado se ele está presente em nós e há tanta vida por viver? Há tanto o que descobrir, mas só temos dois olhos e há tantas maravilhas à nossa volta. Queria ter uma visão 360º, focalizar e ampliar minhas perspectivas (sem auxílios tecnológicos), pegar carona com uma águia e experimentar suas sensações...
    Quanto ao encanto do mundo, será mesmo que o espanto, a admiração estará no observado ou no observador? Seria o mundo encantado se não estivéssemos aqui para contemplá-lo?
    O encanto do mundo acaba quando perdemos a capacidade de nos encantar, a sensibilidade do espanto e da admiração que as crianças mais pequeninas experimentam e os filósofos cultivam...

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  3. Nossa, amiga!!! Estou encantada pela magia das suas palavras!Quero me divertir e sorrir mesmo que seja num mundo de "mentirinha" ou mundo real, o não idealizado, mas o que existe, onde nós estamos e podemos ser felizes e tristes!
    A fantasia faz parte da composição do real que costuma nos surpreender com o inesperado, ou com a mudança de trajetória, o que torna a vida mais bela por não ser um bichinho que manipulamos quando e como queremos, mas por ser composta por momentos únicos, que não são como sonhamos, são!
    Bjokinha e saudades de tu!!!!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Catarina me remeteu a um grande dilema pessoal: será que eu era mais feliz no tempo da inocência e ingenuidade do que hoje? Descobri que não, sou mais feliz hoje, mesmo sabendo que a vida é teatro e montagem (um baile de mascarados), acho que resolvi atuar também (conscientemente) rs. Percebi que meus conflitos não mudaram, mas aprendi a ver beleza e possibilidades nas tantas adversidades que o viver traz. Confesso que perdi a ingenuidade infantil naquilo que cria, mas ainda sou como uma criançinha quando tenho oportunidades de brincar. Vamos brincar???

    Bjo Neta!

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